Essa Coisa de DJ...


Gostaria de abrir esse post homenageando Tim Bergling, mais conhecido como Avicci, DJ e produtor, que faleceu recentemente – dia 20 de Abril. Ele já havia se apresentado aqui no Recife, em 2011. Avicci já vinha passando por alguns problemas de saúde. Pancreatite aguda, adquirida em parte pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Particularmente eu não conhecia seu trabalho e vi coisas bacanas como For aBetter Day, Wake Me Up  e Hey Brrother. Porra Joe, tu vens com um post sobre DJs e não conhecia o cara? Verdade... Confesso. Por uma coincidência triste ele veio a falecer exatamente quando decidi que esse seria o tema desse post.
A família do DJ publicou uma nota oficial que sugere que o artista cometeu suicídio:
“Nosso amado Tim era um buscador. Um artista frágil que sempre se preocupava com grandes questões existenciais. Um perfeccionista que viajou e trabalhou duro em um ritmo que levou a um difícil extremo estresse. Quando parou de excursionar ele queria encontrar um equilíbrio na vida para ser feliz e capaz de fazer o que ele mais amava – música. Ele realmente lutou com seus pensamentos sobre o significado, a vida, a felicidade. Agora ele não conseguia mais lidar com isso. Ele queria paz. Tim não foi feito para máquina de negócios em que se encontrava. Ele era um cara sensível que amava seus fãs, mas evitava os holofotes. Tim, você será eternamente amado e sua falta tristemente sentida. Somos gratos a todos que amaram as músicas de Tim e tem boas lembranças de suas canções. Sua Família.”. E a carta da sua esposa/namora, putz, fez meus olhos suarem.
E pra vocês que acham que DJ é apenas um carinha que fica lá na frente de uma mesa cheia de botõezinhos e luzinhas, com um vinil num toca discos pra ficar friccionando com a mão, fazendo aqueles barulhinhos que não sei nem escrever em onomatopeia, vocês precisam conhecer mais o trabalho deles.
Não é à toa que em 2013, no início do ano, a profissão de DJ – ou Disc Jockey – foi reconhecida, entre outras, pelo Ministério do Trabalho e incluída no CBO – Classificação Brasileira de Ocupações. Com isso o profissional DJ pôde ser incluído em diversos outros órgãos, como INSS, Receita Federal (para declaração do Imposto de Renda), Ministério da Saúde, etc. Atualmente o Projeto de Lei 2081/15, do deputado Vicentinho (SP), estabelece que o DJ profissional precisa ser aprovado em curso técnico oferecido por escolas devidamente credenciadas e reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC), com carga horária mínima de 800 horas-aula. O requisito é dispensado aos que já exerçam a profissão por pelo menos cinco anos contados da data de publicação da lei.
A proposta também impõe outros requisitos. O candidato a curso de DJ precisa ter no mínimo 16 anos; concluir ou estar cursando o ensino médio; e ser cidadão brasileiro nato ou naturalizado. Estrangeiros poderão atuar no Brasil, desde que a permanência no território nacional não ultrapasse 60 dias. (Fonte: Agência Câmara Notícias)
Os DJs estrangeiros continuam tendo o direito de se apresentarem no Brasil, mas não por um período maior que 2 meses consecutivos. Aqui tem o texto completo do Projeto de Lei. 
O Projeto ainda está em tramitação no Plenário.
Posso falar que o trabalho de DJ não é nada simples porque tentei (e estou tentando) fazer algo bem básico, como criar uma playlist para tocar em uma festa. Escolhi o tema anos 70, mas sem aquela frescura de Disco nem Jovem Guarda. Somente Funk (PelamordeDeuz, não o carioca), Soul e R&B. Desde bandas dos propriamente anos 70 até hoje, com alguns remixes arrombados produzidos por mim mesmo (palmas).  
Ai já vem a primeira dificuldade. Escolher as músicas, o momento de reproduzi-las e a transição entre elas. Você simplesmente não escolhe umas musiquinhas que acha bacana e salva na sua playlist do Spotify ou no pendrive. Você tem que ter a manha de coloca-las numa ordem coerente. Tipo, começo da festa, uma coisa mais leve, pra galera ir se ambientando. Aí você vai começando a colocar coisas mais animadas, conhecidas, que a galera geralmente conhece, até chegar no ápice, com aquelas músicas que todos conhecem e agitam. Vai deixando morno novamente e assim vai graduando durante a noite. Simples né? Só que não... Primeiro você escolhe um monte de músicas aleatoriamente. Esse primeiro filtro são as músicas candidatas a entrarem na set list. Depois disso você vai escutar novamente, uma a uma, só que dessa vez sequenciando elas. Por fim você cria uma playlist na ordem que definiu as músicas. Duas, porque você vai ter que fazer a transição entre as músicas. Então, o trabalho do DJ, por mais básico que seja, não se resume em apenas subir no palco na noite da baladinha.
John Steventon cita uma coisa bem interessante: Podemos dividir em três categorias as pessoas que se aventuram como DJs. As que amam a música, as que querem ganhar dinheiro e as que acham que ser DJ é legal e querem ficar famosas. Se você amar música e for um bom DJ – e tiver sorte – pode ficar rico e famoso. Mas o mais importante: ame a música!
O próximo nível é fazer mixagem com músicas. Precisa de muita prática pra fazer isso. Passei uns dois dias pra produzir essa mixagem nojenta de “The Guitar Man”, do Bread com a versão do Cake, usando o VirtualDJ.

Claro, um CDJ (Mesa usada pelos DJs) ajuda bastante nas mixagens. O problema é que um razoável (tipo um lado apenas da imagem do VirtualDJ) custa entre R$7.000 e R$12.000. Ou seja, vamos falar em mais de R$15.000 pra montar uma mesa simples de discotecagem, com apenas dois CDJs.

E o terceiro estágio do DJ supremo é a criação das próprias músicas. É gravar sons e combiná-los de forma a criar um música. Ou criar um música onde algum cantor irá por sua voz, como Bronken Arrows do AVICII, que tem como cantor o Zac Brown. O Netflix tem um filme bacana que retrata isso: We Are Your Friends
Hoje já existem algoritmos que identificam se uma música vai ou não fazer sucesso, e em meus projetos está um algoritmo para identificar músicas boas para tocar em festas. Identificando padrões por estilos, ele vai procurar músicas com os mesmos padrões. Posso usar a biblioteca Python librosa para isso. E algumas outras bibliotecas para acessar o Deezer ou Spotify. Ele procura músicas com padrões similares e lista-as.
O saldo final dessa aventura no mundo da discotecagem foi que não organizei a set list para a suposta festa temática anos 70 Soul, apenas selecionei algumas músicas, mas tudo fora de ordem. Conheci uma porção de DJs novos e constatei o trabalho duro que eles fazem. Eles não tiram os olhos daqueles botõezinhos e chavezinhas das CDJs. Não comprei, nem vou comprar uma mesa CDJ. Fazer mixagem de músicas é cabuloso. Comprei o livro DJ para Leigos, do John Steventon. E vou tentar tocar pra frente a questão do algoritmo para DJS. Aqui uma das coisas legais que conheci:

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